Natal com Roberto

De uns anos pra cá, venho percebendo que algo estranho acontece comigo todo ano: estou gostando de assistir ao show especial de fim-de-ano do Roberto Carlos.

Quando era criança, todo final de ano minha avó e minhas tias ficavam esperando ansiosas para ver o Roberto Carlos cantando. Quanto a mim, lembro-me de achar tudo aquilo uma chatice: os convidados, as risadinhas do rei, os diálogos decorados como se fossem espontâneos, etc.

O tempo foi passando, e comecei a sentir prazer ouvindo as canções compostas por ele, o Rei, na interpretação de outros cantores: Emílio Santiago, maria Bethânia, Adriana Calcanhoto...

Hoje em dia, confesso que gosto do falar de amor do Roberto, da simplicidade de suas rimas, mas tão verdadeiras no sentido que expressam. E, talvez por isso, eu comece a apreciar o Roberto Carlos cantor, por si só. Mesmo com os diálogos decorados, as risadinhas, enfim, "detalhes tão pequenos". E choro. E ouços as canções que ele fez pra mim, e pra você.

Olhos de Ressaca?

"Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. " (Machado de Assis - Dom Casmurro, p. 65)

"Olhos de ressaca" figura, para mim, como um amor que arrasta, que envolve, tudo à sua volta de uma forma inevitável. Tentarei escrever aqui sobre tudo que me envolve de uma forma inevitável.