domingo, 13 de dezembro de 2015

O vento norte passou
e derrubou 
O quadro da parede
que derrubou
O Buda - do nariz quebrado - 
E o porta-retrato dos gatos
Que era de vidro
e se Espatifou.
"Everything must pass away", já dizia George.
Ou, em bom português: Tudo passa.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Faço poemas

Faço poemas
Sobre você,
Para você,
Como se lhe escrevesse cartas
Que falam do que sinto,
Da falta que me fazem os seus beijos,
Do seu corpo contra o meu.

Faço poemas
Para exaltar
A beleza,
Manter viva
A liberdade
Que esse amor trouxe.
Para desfazer o nó na garganta
Que existe
Por ter lhe calado em mim.
Para declarar-me e dizer:
Tenho medo, sim.

Faço poemas
Porque me despeço de você
A partir de mim,
E morro um pouco
Pra você viver em mim.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

sábado, 18 de abril de 2015

Eu não nomeei o nosso amor
- que era suave, úmido e macio -,
Mas eu o quis todos os dias.
Desejei entender você,
Saber você.
E juntas vivemos no espaço etéreo dos sonhos.

Eu não nomeei o nosso amor,
Mas me imaginei lendo Dickinson na cama para você.
E nós nos encantaríamos
Com aqueles poemas simples e belos
E sorriríamos uma pra outra
E eu sentiria o cheiro do seu cabelo
Que cairia sobre o meu rosto.

Eu não nomeei o nosso amor,
Não dei garantias
Contra afogamento,
Apenas a convidei para o mar.
Você, feito criança,
Pôs o pé e voltou correndo
Para a areia mais firme,
Para longe de mim,
Deixando a poesia, que trouxe, comigo.