sábado, 1 de maio de 2010

Procissão

Cada vez que te amo
É como a primeira vez:
Dói-me todo o corpo, feito
Ar nos pulmões recém-nascidos.
E dentro de mim tudo se rompe.

E quero gritar,
Cada vez que te amo,
E me beijas o ilíaco revestido,
Parece-me o sopro materno
Nos olhos do filho.

E se me enlanças a cintura,
Uma familiar felicidade envolve
Isso que chamam de espírito.

Não sei o que é de mim
Quando me aproximo de ti.

(09/10/2004)